AZAMERICAPOST: BRASIL X TV DIGITAL

BRASIL X TV DIGITAL

02:35 |

 TV Digital amplia cobertura e já chega até o Acre

 
O Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) anunciou nesta quarta-feira que o sinal da TV Digital já está disponível em todos os estados do país.
A única capital que ainda não estava recebendo a programação digital das emissoras era Rio Branco, no Acre, que a partir desta quinta passa a sintonizar a TV Acre, afiliada da Rede Globo.
Segundo os dados do Fórum, isso significa que o sinal digital agora está acessível a quase 90 milhões de brasileiros. O número é baseado no último censo do IBGE. A população somada de todas as capitais seria de 44,9 milhões, enquanto os demais municípios que já recebem TV Digital somariam 43 milhões. O levantamento não leva em conta uma das principais queixas dos usuários: a de que o sinal não chega a determinados bairros das grandes cidades, onde há obstáculos como edifícios e morros (as chamadas "áreas de sombra").
O Fórum informou ainda que, nesta sexta-feira, entra no ar a programação digital da TV Rondônia, também afiliada da Globo, na capital do estado (Porto Velho). Os habitantes da cidade já recebem há alguns meses sinal digital de outras três redes: Record, Rede Vida e Record News. A cobertura do SBTVD está se ampliando também a cidades importantes do interior do país, como Bauru (SP), que desde a última segunda-feira recebe o sinal da TV TEM (outra afiliada da Globo), pelo canal 26 UHF.
Segundo a entidade, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro já têm mais de 70% de seus municípios atendidos pelo sinal de TV Digital. O cronograma do Fórum prevê que, até a Copa de 2014, pelo menos 50% das cidades em todos os estados estarão cobertas. Os outros 50%, formado basicamente por pequenas localidades do interior, deveriam receber o sinal até junho de 2016, data marcada para o chamado switch-off, quando todos os transmissores analógicos devem ser desligados. Mas os próprios dirigentes do Fórum e das emissoras acham muito difícil cumprir essa meta.

Por outro lado em outra reportagem:

TV Digital, em ritmo lento

Já comentamos aqui a questão do switch-off, nome em inglês para a data final da transição do padrão de transmissão analógico de televisão para o padrão digital. A data fixada é junho de 2016, mas na prática pouca gente acredita que será mantida. Como em quase tudo no Brasil, o prazo foi estipulado exatamente para não ser cumprido. A novidade é que agora até o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, admite. E tem bons motivos para isso.
Na semana passada, durante o Congresso da Abert, entidade que representa as emissoras, Bernardo defendeu um plano de emergência para que a transição obedeça ao calendário. “Precisamos ver se as pessoas estão comprando os televisores”, disse ele. “Talvez metade ou mais da população ainda tenha equipamentos analógicos. Temos que pensar em incentivos”. Era exatamente o discurso que a plateia, quase toda formada por representantes das emissoras, queria ouvir. Como é comum no atual governo, os discursos mudam conforme o público presente – o que é um contrasenso, considerando a velocidade com que as notícias se espalham pelas redes.
O curioso é que, mais uma vez, tenta-se transferir o problema para os fabricantes de TVs, e estes, sem uma entidade forte a representá-los, têm que engolir a seco. Segundo o ministro, se o país chegar a 2016 com 10 milhões de pessoas sem televisor digital, não será “de bom senso” desligar os transmissores analógicos. Não há uma estatística precisa sobre quantas residências já possuem receptor digital, seja embutido no TV ou o modelo externo, que pode ser conectado em qualquer TV. Informalmente, o mercado fala em 2 milhões de aparelhos já vendidos. Hoje, a maior parte dos modelos acima de 32 polegadas já está saindo de fábrica com o receptor integrado, mas evidentemente essa não corresponde à maioria dos domicílios.
Diz o site Convergência Digital que as emissoras garantem: a maioria delas, e também suas retransmissoras, estarão prontas para desligar seu sinal analógico em 2016. Isso, porém, de pouco adiantará se pelo menos 80% das residências não tiverem o receptor. Hoje, estima-se esse número em 35 milhões, ou seja, 28 milhões de famílias precisarão estar preparadas, caso contrário ficarão simplesmente sem sinal nenhum. Foi, aliás, o que aconteceu nos EUA, onde a transição teve que ser adiada porque era grande a defasagem; lá, o governo teve que fornecer receptores de graça, e ainda assim muita gente se recusava a fazer a troca, alegando estar satisfeita com o sinal que recebia.
Pelos cálculos da Abert, o governo brasileiro terá ainda de resolver o problema das pequenas emissoras do interior, que dificilmente conseguirão trocar seus retransmissores a tempo. A solução? Subsídio. Como sempre.
Polêmico desde o seu lançamento, em dezembro de 2007, o SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital) deverá ser o principal assunto do SET Congresso 2012, marcado para os dias 20 a 23 de agosto próximos em São Paulo. O evento, organizado pela SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão), é voltado para profissionais ligados ao setor, e acontece simultaneamente à tradicional feira Broadcast & Cable.
A grade de apresentações do Congresso inclui alguns dos maiores especialistas, brasileiros e estrangeiros, em TV Digital. Entre eles, Fernando Ferreira, da rede RBS, falará sobre o switch-off, como é conhecido o processo de transição do padrão analógico para o digital, cuja data de encerramento prevista é 2016. Um fórum marcado para o dia 21 de agosto irá debater especificamente as normas do SBTVD, criado a partir do padrão japonês ISDB e hoje usado em vários países além do Brasil. Participam do debate, entre outros, Kenichi Murayama, da emissora estatal japonesa NHK; Roberto Plass, subsecretário de Telecomunicações do governo chileno; e Flavio Lenz, representante do Ministério das Comunicações do Brasil.
Outros temas incluídos na grade do SET Congresso 2012 são a TV 3D, com a presença do engenheiro José Dias, da Rede Globo; a evolução da TV por assinatura, com Antonio João, presidente da Claro TV (antiga Via Embratel); os novos padrões de codificação de sinais digitais, com Yun Feng Guan, da rede chinesa NERC-DTV; cinema digital, com Celso Araújo, da Rede Globo; e as novas famílias de processadores de sinal para televisão, com Andy Melder, da Broadcom, fabricante californiana.
Para saber mais sobre o evento, acesso o endereço www.set.com.br. Mais informações sobre o assunto também podem ser encontradas no hot site Guia da TV Digital.

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